Você já ouviu o ditado “nem Jesus agradou a todos”? Considerando quem foi Jesus, o que falou e o que realizou, podemos afirmar que nenhum homem se compara a Ele. Mesmo assim, Ele reuniu uma grande quantidade de desafetos, e esses sentimentos de ódio culminaram em uma trama que levou à sua morte.

Muitas pessoas, ao longo dos anos, por serem bondosas demais, sentem-se constrangidas diante de um pedido, tendo dificuldade em dizer "não" ou em se priorizar quando necessário. E por que digo "quando necessário"? Porque precisamos aprender a identificar quem realmente merece o nosso esforço e nossa energia. Nem sempre, quando pedem a nossa ajuda, é porque somos importantes para a pessoa. Na verdade, muitas vezes, é porque passamos a ser "úteis". E quando nos colocamos à disposição, o mundo parece desabar. Uma tempestade surge do nada, nos encharca, e a maneira como as coisas acontecem nos arrasta, como se fôssemos pegos por uma correnteza.

Nem eu, nem você, conseguiremos agradar a todos, por mais que queiramos. Mesmo quando agimos sem a intenção de receber algo em troca, é importante entender que as relações são, essencialmente, uma via de mão dupla. Ao ajudarmos os outros, ao darmos o nosso tempo e energia, devemos, ao menos, esperar que haja reciprocidade e respeito. Não podemos aceitar ser tratados como meros estranhos, depois de termos dedicado nossa atenção e amor.

A culpa não é sua por ser ignorado, preterido e deixado de lado, como se fosse um papel amassado que antes teve valor, mas, por algum motivo, foi descartado. A culpa não é sua por ter sido bom, honesto e verdadeiro em sua jornada. A culpa não é sua por ser tratado com indiferença ou desconsideração. Não se culpe por nada que venha de outros em relação a você. Aprenda que o que vem de fora nunca deve alterar sua essência, sua verdade interior, principalmente por pessoas que não se deram ao trabalho de conhecer sua vida e sua história.