IRMÃO, ERGA A CABEÇA COMO NOSSA MÃE FAZIA.
De um tempo para cá, percebo que perdi um pouco da coerência nos meus argumentos e na minha fala. Diante de tantos ataques da vida, fui levado a muitos questionamentos, e por isso, me retraí e falo bem pouco agora. Aprendi a escutar mais e a falar apenas quando necessário.
Nesse período, não posso deixar de mencionar o quanto meu irmão Militão e minha cunhada Neide foram fundamentais. Juntos, por mais de 22 anos, desde que vim morar em sua casa, eles me fizeram sentir seguro, amado, apreciado e valorizado. Eles me ajudaram a resgatar a serenidade e a coragem, qualidades que estavam adormecidas e, por vezes, perdidas.
Hoje, minha sensação de vida é de fragilidade, apesar de fazer todo o possível a cada dia. A minha mente está constantemente assaltada por pensamentos de inutilidade, tristeza e dor. Sinto uma angústia muito grande pelo fato de não tê-los ao meu lado agora, pois seguirão outros planos para ajudar onde há maiores necessidades, mas com a promessa de voltar.
Lamento profundamente não ter aproveitado mais o tempo que podia ter passado com eles. Privar-me desse privilégio é algo de que me arrependo. Hoje, como tantas outras vezes, Militão me fez recobrar algo que não percebi ou notei sobre nossa mãe. Ele, para me acalmar, disse hoje no campo (08/06): “Lembre-se, nunca vi nossa mãe andando de cabeça baixa, nunca vi ela assim. Sempre andava na rua de cabeça erguida, com uma postura imponente. Eu tenho essa qualidade, Daniel, nosso irmão, também nunca vi cabisbaixo, andando olhando para o chão. Você também é assim, fomos criados assim e temos exemplos assim. Seja assim também. Levante a cabeça e mantenha ela erguida, não ande olhando para o chão.”
Andar de cabeça erguida não tem a ver com ser metido ou orgulhoso, longe disso. Significa ter confiança em si mesmo e acreditar que, embora haja problemas, eles não são capazes de nos encurvar. Quando acreditamos em nós mesmos, mantemos a visão para frente, altivos e corajosos.
É assim que preciso acreditar e continuar a ser íntegro, leal e honesto nessa vida, andando imponente, altivo, sempre lembrando das pessoas que amo. Eles tocaram na parte mais sensível do meu coração e me mostraram que devo sempre olhar para frente, para cima, e jamais andar encurvado, olhando para o chão.
Este é o meu registro ao meu irmão Cicero Militão, que além de irmão de sangue, é meu irmão de fé e companheiro de jornada, e à minha cunhada Neide, por todo o seu cuidado, atenção e amor fraterno.
Jeová, nosso Deus, sabe todas as coisas. Que Ele seja louvado!
Por: Antonio Marcos de Souza. 08 de junho de 2024 às 12h