Aprecio imensamente essa fotografia, pois os olhos profundos carregam uma dor intensa, contrastando com o sorriso amplo que, mesmo verdadeiro, ecoa a sabedoria de Provérbios 14:13: "Mesmo no riso, o coração talvez sinta dor; E a alegria pode acabar em tristeza". Exteriormente, frequentemente exibimos um sorriso largo, enquanto internamente nosso coração pulsa com dores que ferem nossas emoções, nossos sentimentos e a verdadeira essência que somos.
Recordo-me de várias tentativas, na época utilizando um celular de péssima qualidade, para me fotografar sorrindo, pois, até então, desconhecia como sorrir em fotos. Após muitas lágrimas, finalmente consegui. Postei a imagem no meu celular, nas redes sociais vizinhas, e, instantaneamente, fui duramente criticado por tê-la tirado sem camisa [pode acreditar?]. Desconversei, minimizando a situação. As pessoas frequentemente se incomodam, criticam, mesmo sem compreender a história por trás de uma ação, de uma decisão.
Num mundo marcado pela insensatez, pela falta de empatia e pela incapacidade de entender o próximo e suas complexidades, muitas das quais só a própria pessoa conhece, guarda e compreende o quanto o sapato aperta, o quanto o chinelo causa calos nos dedos, o quanto determinada roupa é apertada e o quanto somos feridos diariamente de forma insensível. Vivemos em um mundo extremamente insensato, egoísta e enfermo.
Não deveríamos moldar nossas vidas com base no que outros negligenciam fazer em suas próprias jornadas. Por falta de afeto, muitas vezes nos restringimos, nos limitamos por conta dos outros, e isso não deveria ser assim. Portanto, guardo essa foto como uma vitória, uma transição de um estado triste para um em que sempre confiei, acreditando que superaria, me ergueria e permaneceria de pé — não por força própria ou mérito pessoal, mas pelo Único que sempre cuidou de mim, meu Deus, meu pai, Jeová, meu criador e conhecedor de mim desde quando eu era apenas um pensamento em Sua mente. E por fazer parte de um projeto amoroso de um Deus extremamente a essência do amor, me reservo na pretensão de me considerar a criação mais exuberante e bela deste mundo.
Por: Antonio Marcos de Souza. 06 de março de 2024 às 14h