Em um dia comum, uma das minhas queridas irmãs na fé, que sempre expressa um sentimento maternal, chegou à nossa reunião acompanhada de sua amada mãe, já idosa. Ao se aproximar de mim na porta de entrada, ela disse: "Este é Marquinho, meu filho, seu neto". Meu coração se emocionou nesse momento. Surpreendentemente, ao levantar os olhos, a idosa senhora sorriu e, ao estender a mão para cumprimentar, beijou minhas mãos, como as avós fazem com os netos. Meu coração não apenas se emocionou, mas por um milésimo de segundos, parou diante de um gesto tão incomum, algo que raramente presenciamos. Sem merecer tamanho carinho, tive o privilégio desse gesto profundo de amor expresso.

Essas ações são verdadeiras dádivas, presentes divinos em nossa vida. Gestos inesperados, como essas fragrâncias raras, são valiosos. Não posso mensurar a importância disso em minha vida, mas sei que é curativo cada vez que recordo, especialmente nos momentos de tristeza. Lembrar do amor, sentir-me amado, é o que realmente importa.

Em uma obra, é mencionado: "... que interessam a Boas Maneiras e Etiqueta, o uso ainda permanece, porém é hoje menos comum do que foi no passado". Nesse gesto divino, estão embutidas educação, respeito, admiração e sinceridade. Embora pouco praticado nos dias de hoje, quando acontece, é balsâmico. Em momentos de tristeza, ansiedade e até mesmo depressão, esse gesto proporciona um alívio que todos necessitamos.

Expresso minha gratidão a Dona Vó Lourdes que agora dorme, filha de minha irmã Ana Pereira, registrando aqui com o coração e os olhos marejados, como filho e neto que não necessita de laços sanguíneos para ser reconhecido como tal.