"Podemos nos defender de um ataque, mas somos indefesos a um elogio." - Sigmund Freud. Essa frase para mim é muito profunda e reveladora.
Nas intricadas teias da psique humana, Sigmund Freud destaca uma verdade intrigante e profunda: a vulnerabilidade diante do elogio. Enquanto podemos armar nossas defesas contra ataques externos, a sutileza do elogio muitas vezes nos deixa desprotegidos, expostos à influência sutil das palavras generosas, travestidas de simonia e más intenções.
É como se, ao sermos elogiados, nossas barreiras emocionais se dissolvessem, deixando-nos à mercê das impressões positivas que outros têm de nós. Freud, o renomado psicanalista, observou essa dinâmica complexa entre a autodefesa e a fragilidade do ego humano.
Os elogios têm o poder de atravessar as camadas mais profundas da psique, acendendo uma luz em partes de nós mesmos que, de outra forma, permaneceriam na penumbra. No entanto, essa mesma luz pode nos cegar temporariamente, obscurecendo nossa capacidade de discernir entre o que é autêntico e o que é uma projeção externa ou falso.
Assim, a reflexão sobre essa dualidade revela a delicadeza de nossa psicologia. Talvez, ao reconhecermos nossa suscetibilidade ao elogio, possamos aprender a equilibrar a aceitação do reconhecimento alheio com uma autopercepção sólida e independente.
Em última análise, as palavras de Freud nos convidam a explorar as nuances da nossa relação com o elogio, reconhecendo-o como uma força que, embora nos eleve, também nos desafia a fortalecer nossa autenticidade interna para além das palavras amáveis que nos são dirigidas.
Elogios são sempre bons, mas as pessoas, quando não são sinceras, conseguem escapar do elogio carregado de exageros e simonia.
Por: Antonio Marcos de Souza. 13 de novembro de 2023 às 13h37min.